quinta-feira, 22 de março de 2012

O coelhinho fujão



Era uma vez, uma família de coelhos que morava em uma distante floresta. Mamãe coelha, Papai coelho e seus filhos viviam felizes, no entanto, como nem tudo é perfeito, o sétimo filho era um coelhinho que não estava satisfeito com a vida. Constantemente, ele reclamava de tudo e dizia que gostaria de ir embora daquela floresta.

__Eu não gosto dessa floresta! Ela é muito feia! Quero ir embora daqui! Já estou cansado deste lugar!

Os pais do coelho ficavam muito tristes:

__Não faça isso, meu filho, essa floresta é o nosso lar!

__Aqui na floresta você tem tudo de bom e está junto com as pessoas que te amam.

Os seis coelhinhos viviam contentes, passavam o dia brincando, aprendendo a fazer ovos e como já estavam cansados dessa história comentavam entre si:

__Sinceramente, estou cansado dessa história!

__Ah, eu também! Se ele quer ir, por que não vai logo?

__Se ele for embora pelo menos vai parar de brigar conosco!

__É mesmo! Além disso nós amamos e floresta e ele vive falando mal dela! A floresta é nosso lar!

__Sim! Quem sabe assim ele veria como é difícil viver longe de casa e sem amigos?

__É, seria melhor mesmo! Ele precisa entender que a floresta nos dá alimento e moradia!

O tempo foi passando, mas o coelhinho estava cada vez mais insatisfeito. Os pais coelhos faziam de tudo para agradar, variavam a comida e deixavam ele fazer de tudo o que queria, porém nada estava bom.

__Veja, coelhinho, colhi essas cenourinhas fresquinhas ainda há pouco para você!

__Ah, não quero! Essas cenouras. Não aguento mais comer cenouras! Eca!

__Ah, filhinho, veja que folhas quentinhas colhi para cobrir sua caminha!

__Estou enjoado dessa cama, estou cansado desse lugar, estou preso aqui e preciso sair para conhecer outros lugares e pessoas! Aqui é tudo sempre chato e igual!

Até que certo dia quando a família coelho acordou, percebeu que o coelhinho não estava em sua cama.

__Fofinho, branquinho, chamem seu irmão para o café da manhã!

__Mamãe! Mamãe! Ele não está na cama! Ele desapareceu!

Mamãe coelha chorando saiu a procura de seu filho. Papai coelho gritava desesperado a procura de seu filho. Os irmãozinhos sentem falta do coelhinho.

__Foi nossa culpa, nós desejamos que ele fosse.

_ Não demos carinho suficiente, não tentamos convencê-lo a ficar!

A semana se passa, outra semana se passa... e nada do coelhinho, estão todos tristes, cabisbaixos, a casa está triste, a floresta está triste, mamãe e papai coelho estão preocupados:

_ Onde será que está nosso filho?

_ Será que ele está bem.

Não muito longe dali, em uma floresta vizinha estava o coelhinho fujão. Mas, pensam que ele estava feliz? Que nada... lá encontrou problemas ainda maiores, não tinha amigos, não tinha o que comer e nem cama para dormir. E o pior... não tinha coragem de voltar para sua casinha.

Foi então que encontrou quatro pássaros que viviam na floresta onde sua família estava:

_ O que aconteceu com você coelhinho.

_ Você está tão magro, sujo e parece que não dorme há dias.

_ Eu vivia reclamando da minha casa, da minha família, mas percebi que era feliz e não sabia.

_ Volte para sua casa, sua família te ama muito e está muito preocupada com você!

O coelhinho pensou, pensou e logo tomou uma corajosa decisão.

A família de coelhos estava reunida na sala, então, escutam um ruído na porta. Ora, mas que alegria! Se não é o coelhinho fujão que está voltando! Todos correm para abraçá-lo. Então percebem que ele está sujinho, magro, triste. Ele fala:

__Mamãe, papai, irmãozinhos, que bom estar em casa! Que bom ver de novo as pessoas que gostam de mim do jeitinho que eu sou! Me perdoem por não ter dado valor ao carinho de vocês! Quero poder mudar isso e de agora em diante, valorizar tudo de bom que vocês me dão!


Naquele mesmo dia, foi feita uma grande festa com muita cenoura para comemorar a volta definitiva do fujão e todos viveram felizes naquela floresta.

__Que bom, meu filho, porque a Páscoa está chegando! Precisamos ser uma família unida para realizarmos a bela tarefa de entregar os ovos de chocolate e alegrar as crianças!




Adaptado por Angélica do texto original de Magaly Ap. Chiconelli Faria 

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